“Os cogumelos de Sevilha”, originalmente do espanhol “Las setas de Sevilla”, é o apelido carinhoso que ganhou a maior estrutura arquitetônica do mundo, que tem esse nome por seu formato que se assemelha a vários cogumelos — corpos delgados e cúpulas redondas em cima.
Com nome oficial Metropol Parasol, o complexo está localizado no coração de Sevilha, cidade na Andaluzia e famosa por cultivar as raízes e a cultura local. Sevilha é uma típica cidade espanhola, em que até hoje é possível ver mulheres com roupas típicas, rosas na cabeça e bailando com suas castanholas, algo que já não é tão comum em locais que se tornaram mais internacionais e modernos, como Barcelona e Madri.
Justamente por isso, no meio do centro histórico da cidade, mais precisamente na Plaza de la Encarnación, se vê o contraste desse novo edifício contemporâneo feito de madeira, que engloba toda a praça, formando uma grande cobertura.
O projeto se deu por meio de um concurso, em que um arquiteto alemão chamado Jürgen Mayer foi o ganhador, entre 335 outros projetos.
A obra basicamente consiste em seis pilares de concreto, envolvidas por uma trama de madeira laminada que se entrelaça e se une ao topo do complexo. Cada um desses pilares tem uma trama distinta que, quando se unem, trazem a sensação de que todo o conjunto faz um movimento ondulado.
Imagem: Javier Orive
Imagem: Javier Orive
A obra começou em 2005 e só terminou em 2011. O projeto teve muito retraso em sua construção, o que triplicou os gastos. Há muitas críticas e controvérsias sobre essa superestrutura no centro da cidade, o design e o material escolhido, além de questionamentos sobre esses gastos do governo.
Porém, a ideia do edifício era justamente trazer um toque moderno para o centro de Sevilha, convertendo-se em um atrativo turístico. O que podemos dizer é que o objetivo foi alcançado, já que o complexo chegou a receber um milhão de visitantes somente no seu primeiro ano de inauguração.
No topo da estrutura de madeira, há uma grande passarela de concreto com 250m de largura, em que os visitantes podem andar e apreciar a cidade de cima em um tour 360º. O complexo também abriga um mercado, um museu, um espaço multifuncional para eventos, restaurantes e um espaço arqueológico, que conta com ruínas antigas conservadas. Apesar das críticas arquitetônicas, o Metropol Parasol é um grande exemplo de que a arquitetura antiga e a moderna podem conviver bem — indica, inclusive, que a arquitetura contemporânea é criada para ressaltar e trazer mais vida para a arquitetura antiga. O que antes era uma praça sem vida, hoje é palco para encontros de cidadãos, turistas e todo o tipo de gente. É a prova de que, às vezes, a desproporção e o inusitado é a melhor solução para engajar pessoas em um entorno histórico esquecido.
Imagem: Javier Orive
Imagem: Javier Orive
Imagem: Javier Orive
Leia mais sobre: ArchTrends
Gostou? Comente sobre!