- Tipologia de Projeto: Institucional
- Autor do projeto: Estúdio R Arquitetura e Interiores
- Profissional Responsável: Rafael Gallarreta Fernandes
- Ano da elaboração: 2023
- Localização: Lajeado, RS – Brasil
- Área construída: 132,86m²
- Fotografia: Artur Pretto Junqueira
Memória é a capacidade que temos de adquirir, armazenar e recuperar as informações disponíveis ao longo de nossas vidas, através de experiências ouvidas ou vividas. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimento a fim de gerar novas ideias.
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Com esse conceito partimos para através de um projeto corporativo resgatar através de arquitetura e interiores os mais de 132 anos do Colégio Evangélico Alberto Torres – CEAT. Resgatar a história em construções, ensino e principalmente as memórias das inúmeras pessoas que já passaram por lá, seja como alunos, professores, colaboradores e a comunidade em geral. Não há como desvincular a história da escola da história da nossa cidade, ambas cresceram juntas e viram a evolução de Lajeado.
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
O conceito começa já no letreiro com o nome Memórias onde uma placa em ACM preto com o nome em recorte e aplicada afastada da parede que projeta a sobra em determinado período do dia. Criando o efeito duplicado de cada letra e desparecendo com o passar do dia e até mesmo se transformando ao longo do ano conforme a estação. Assim funcionam certas memórias, vem e somem. As vezes guardadas as vezes como lembranças, esquecidas, mas sempre lá guardadas, memórias são como um espelho onde a gente vê e se reconhece. Buscamos criar essa interação em todo percurso da exposição, e ao entrar pelo corredor de acesso a cobertura em barras que se cruzam e fazem referencias as memórias cruzadas, conectadas que cada um têm e que compartilhamos e ao perguntar: ‘’Quais as suas? “instiga a busca de cada um nesse jornada.
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Na entrada o piso original da antiga escola em ladrilhos hidráulicos foi reproduzido através de aquarela e aplicado em adesivagem. Foi a maneira de trazer os corredores e saguão do “prédio velho” para o espaço como uma lembrança afetiva, assim como a antiga sineta da década de 1960 que durante muitos anos tocou o início a troca de períodos e o fim da aula. O percurso da exposição acontece pela posição e angulação do mobiliário que vai levando a cada expositor. Expositor com cubos de fotos adesivadas e giratórios, com barras que se abrem e revelam documentos, fotos e um pouco de lembranças. O antigo armário da sala dos professores foi restaurado e ganha destaque. Em torno dele uma caixa cênica revestida com fórmica concreto traz a solidez do ensino da escola e ao mesmo tempo, tal qual uma caixa de pandora se abre e revela em seu interior algo novo, inusitado, criando uma área multimidia com vídeos, depoimentos, alguma imagem resgatada ou até mesmo o som da banda da escola. O percurso vai acontecendo ao longo das janelas com objetos expostos para o interior ou para o corredor de acesso. O armário de gavetas, assim como as gavetas das nossas memórias ao abrirem e trazem lembranças. Assim como a evolução dos logotipos marcada como passagem do tempo e um certo período da história.
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Uma escola com diversas atividades extracurriculares, voltadas além do ensino, para a prática de esportes, música, coral, teatro, gincana. Atividades essas que além de educar permitiram criar profissionais mais humanizados e com senso coletivo, formando cidadão. Aproveitando as estruturas existentes do prédio foram propostas prateleiras para exposição dos troféus, o piso com uma raia de esportes traz a área do atletismo, o campinho e as Olimpíadas Evangélicas.
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Uma sala montada com mesas de madeiras duplas e triplas, mesas muito usadas nas décadas anteriores, além das cadeiras originais resgatas e restauradas, no espaço que serve de registro ao visitante e que ali, além da sala de aula pode ser montada alguma outra interação dessa longa vida da instituição, assim como o caíco construído dentro da marcenaria da escola e usado em tantas cheias do Rio Taquari, algo tão presente na vida escolar e que foi condicionante para a construção para os pilotis de alguns dos prédios.
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Por fim, na saída a arte do pilar revestido com livros de descartes mostra a educação e o conhecimento com uma das estruturas que temos. Ali espelhos refletem e fazem referência ao conhecimento infinito. No mesmo espaço a capsula do tempo convida que novas Memórias sejam guardadas e abertas daqui alguns anos.
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Muito mais que um resgate histórico e didático o Memórias é um resgate emocional, cultural e afetivo por essa escola, é um elo de valor para e das pessoas.
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Foto: Arthur Pretto Junqueira
Texto disponibilizado pela Estúdio R Arquitetura e Interiores
Gostou? Comente sobre!