Casa Lioz

Tipologia de Projeto: Residencial
Autor do projeto: Mário Martins Atelier
Arquiteto Responsável: Mário Martins
Equipe de projeto: Nuno Colaço, Rui Duarte, Suzana Jóia, Daniela Glória
Ano da elaboração: 2022
Localização: Lagos – Portugal
Fotografo: Fernando Guerra / FG+SG

A casa Lioz situa-se num terreno inclinado, no topo de uma colina, com vista privilegiada para o estuário de uma ria e o recorte das falésias douradas que bordejam a Baía de Lagos. A norte, a vista estende-se até à silhueta da serra e os campos verdejantes de permeio.

Através de um percurso orgânico de rampas e degraus sobe-se até à entrada da habitação, constituída por planos e pisos desnivelados, intercalados por diversos pátios, de diferentes formas, com uma surpreendente luminosidade, que varia ao longo do dia, ora refletida, ora absorvida pela rugosidade do acabamento escassilhado da pedra mármore Lioz que reveste parcialmente o edifício, cujo peso contrasta com a leveza do branco que cobre outros dos muitos volumes que compõem esta habitação.

Os diversos espaços, volumes cheios e vazios, aconchegam-se aos desníveis do terreno, de diferentes alturas, onde a luz natural proveniente dos pátios nos anuncia e organiza os percursos, deliberadamente sinuosos.

A cozinha com área de refeições integrada, sala de estar e um total de 5 quartos, organizam-se em 2 pisos desnivelados, revestidos integralmente em madeira natural. No piso inferior localizam-se as áreas não habitacionais, destinadas a garagem/estacionamento, arrumos e áreas técnicas.

Uma piscina, de forma recortada, interage formalmente com os recortes da casa, dos quais resultam pátios e recantos, que se constituem como zonas exteriores privilegiadas, protegidas e íntimas, que se deixam tomar pelo jardim.

Esta é uma casa que procura recursos de proximidade e materiais naturais, para criar elevados padrões de conforto e de sustentabilidade.

Este compromisso entre o edifício e o seu lugar é resultado de uma articulação de volumes, de diferentes materiais, dimensões e alturas, cujo afastamento entre eles originam diversos pátios, de luz e sombras mutantes, o que confere ao conjunto um carácter orgânico cuja leveza não lhe retira a pretensa solidez.