Casa dos Cajueiros

Tipologia de Projeto: Residencial
Autor do projeto: Terra Capobianco e Galeria Arquitetos
Arquitetos Responsáveis: Ana Terra Capobianco e Fernanda Neiva
Equipe de Projeto: Liliane Nambu
Ano da elaboração: 2019
Localização: Ubatuba, SP – Brasil
Área construída: 792m²
Fotografo: Nelson Kon

Projeto dos escritórios Terra Capobianco e Galeria Arquitetos, a Casa dos Cajueiros não se revela de imediato aos banhistas da Praia Vermelha do Sul, em Ubatuba, litoral paulista, onde está localizada. Sua implantação é discreta, com a frente do lote – de 33 metros de largura e 80 metros de profundidade – ocupada por troncos tortuosos e ramos irregulares, que resguardam a casa entre luz e sombra das copas dos cajueiros. O projeto tirou partido do intervalo entre as copas das árvores e manteve as espécies pré-existentes no terreno.

A residência está implantada em quatro cotas de níveis. A mais baixa e próxima ao mar concentra a área social, de lazer e serviço. A ocupação da casa é térrea e estruturada a partir de um eixo claro de circulação, que conecta as áreas social e íntima. Na mesma cota, um volume foi implantado próximo ao acesso à praia, abrigando a sauna e o depósito de pranchas.

As seis suítes estão distribuídas ao longo de um corredor de 33 metros de comprimento, e foram implantadas de maneira a permitir um intervalo entre elas e a criação de varandas que acessam pátios privativos.

Empenas de concreto pigmentado em tom rosado definem os módulos dos dormitórios, executados em estrutura mista de vigas de madeira laminada colada e placas de painel wall. O limite entre dentro e fora se dá pela pele de veneziana em ripas verticais, que proporciona permeabilidade visual sem interferir na privacidade das suítes.

A estrutura da casa mistura o sistema convencional em sua estrutura de base – com laje de piso armada, e pilares e empenas de concreto – com a cobertura em estrutura de madeira laminada colada de eucalipto.

Na área social, placas de 12 centímetros de espessura e 30 centímetros de largura de madeira, intertravadas formando uma grande laje, vencem 7,30 metros de vão mais 2,10 de balanço. No sentido transversal, uma viga invertida, também de madeira, recebe a carga das placas e as redistribui em três esbeltos pilares metálicos. Em seu outro sentido, o resultado é um espaço contínuo de 19 metros livre de apoios que se abre a 180 graus para a paisagem do entorno. Os beirais generosos protegem os caixilhos e promovem sombreamento para os ambientes internos.

No projeto foram adotadas diversas estratégias de design passivo para garantir conforto ambiental aos usuários, a começar pela abundante presença de janelas piso teto que garantem renovação de ar constante, ventilação cruzada e iluminação natural.