A Quadra de tênis Simonne-Mathieu em Roland Garros 

Inspirada nas estufas de vidro e ferro fundido, características do século XIX, a quadra de tênis Simonne-Mathieu em Roland Garros, localizada em Paris, na França, foi projetada pelo escritório Marc Mimram Architecture & Associés, onde, em projeto, deixa parcialmente abaixo do nível do solo, cercada por uma plataforma de concreto com terraços, apoiados por uma estrutura de aço, e envolta por estufas botânicas projetadas para atender às mais altas especificações técnicas. Confira mais sobre este projeto.

Quando o paisagista Michel Corajoud apresentou seu plano de revitalização para o complexo de Roland Garros, sede do Grand Slam francês de tênis, sua intenção era criar um vínculo com a cidade. A renovação exigiu a abertura de um amplo espaço público, e a construção de uma nova quadra para acomodar 5.000 visitantes no jardim adjacente, local onde anteriormente foram alocadas estufas sem qualquer planejamento. O jardim é admirável, mas não pelas novas estufas, e sim por suas belas estruturas botânicas projetadas em 1898, por Jean-Camille Formigé, e que naturalmente nunca foram ameaçadas.

As novas estufas configuram um cenário de vidro, onde plantas dos quatro continentes podem florescer. Elas fazem referência ao design das estufas originais, e são inspiradas pela arquitetura em metal que, desde a construção do Palácio de Cristal em Londres em 1851, mantêm sua delicada relação entre a luz e a estrutura, como o modelo perfeito de arejamento e economia.

As novas estruturas receberão vidros duplos, e isolamento mais eficaz do que as estufas históricas. Ao invés de criar uma superfície simples de vidro liso, o projeto incorporou escalas fragmentadas de vidro, com as bordas dispostas em duas direções diferentes. Dessa maneira, a aparência da construção é alterada à medida que a luz se modifica, como resultado da difração, e das vibrações criadas pelas reflexões nas superfícies irregulares e segmentadas. O aço das estufas dá ritmo à composição, equilibrando a estrutura dos terraços que se elevam até a galeria, e percorrem a parte superior do edifício.

O jogo de luz, sombras, e transparência na estrutura, repete os efeitos característicos da arquitetura do século XIX, e ao mesmo tempo, integra técnicas contemporâneas de corte e soldagem de oxi-combustível. O desejo de Michel Corajoud promoveu o diálogo entre jardins e esporte, botânica e tênis, fazendo com que o desempenho técnico, e físico emergisse de um espaço compartilhado. A presença de estruturas originais de maneira alguma inibem a confiante arquitetura contemporânea. As diferentes atividades se cruzam no tempo; o torneio de tênis é parte integrante do desenvolvimento do jardim botânico. A quadra Simonne-Mathieu é uma ótima ilustração da necessidade dos prazeres da vida urbana se adaptarem a uma combinação cada vez maior de usos diferentes.

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