Casa Thomé Beira da Silva

  • Tipologia de Projeto: Residencial
  • Autor do projeto: Marcos Bertoldi Arquitetos
  • Ano da elaboração: 2020
  • Localização: Curitiba, PR – Brasil
  • Área do Terreno: 1.800,00 m²
  • Área construída: 1.074,00 m²
  • Fotografia: Leonardo Finotti

O terreno, em condomínio fechado, tem aproximadamente 1.800 m² e formato retangular. Apresenta-se como um grande plateau com pouco caimento na sua parte não vegetada, contemplado com um bosque nativo aos fundos, que se expande além de seus limites. O cliente desejava uma casa que se estendesse para os jardins, onde os limites entre interior e exterior fossem abolidos, com seus principais espaços de lazer e estar implantados na mesma cota das áreas externas. Desta forma, a casa se organiza da rua aos fundos do terreno como um grande plano contínuo, passando por suas áreas internas sem um único degrau. As laterais do terreno foram escavadas para o acesso à garagem e áreas secundárias da residência. A fachada frontal está voltada para o leste e a fachada da piscina para oeste o que garante à residência um giro solar adequado ao cumprimento de outras demandas plásticas e funcionais pretendidas pelo projeto.

Programa de usos e áreas são discussões iniciais e comuns para todos os projetos. A funcionalidade de um projeto é algo bastante particularizado para cada cliente. Somos bastante sensíveis e pautados pelas preferências de cada proprietário e procuramos adaptar o projeto a todas as especificidades trazidas pelos seus futuros moradores. Este projeto, no entanto, além das questões habituais, surge com um conjunto de demandas e solicitações bastante particular e exigente em relação às dimensões e proporções de cada um dos principais espaços da casa, com diversas medidas pré-definidas pelo cliente. Incluindo ainda um leiaute preliminar do pavimento térreo. Transformar todas estas necessidades em arquitetura exigiu bastante do nosso escritório, é a mágica de transformar demandas em projeto arquitetônico, satisfazendo os anseios do cliente e também as exigências do nosso escritório por obras onde a funcionalidade, a beleza e a técnica estejam sempre igualmente contempladas.

Todos os quartos estão voltados a leste, com exceção do quarto do casal que está voltado para o bosque nativo e para oeste. A marquise, que protege o terraço e amplia todos os espaços de vivência da casa poderia causar uma barreira para a entrada de luz e sol, escurecendo os ambientes e não permitindo a insolação adequada dos espaços, o que é fundamental em Curitiba, a capital com as temperaturas mais baixas no Brasil. Algo inteiramente contornado com a solução em pé-direito duplo, que admite a entrada de luz e insolação ao longo de todo dia pelas aberturas superiores à marquise.

A casa, de estrutura convencional no subsolo, sobe para os dois pavimentos superiores em estrutura metálica, com cobertura leve composta por camadas isolantes e impermeabilização totalizando aproximadamente 7 cm de espessura. É a primeira obra com estas dimensões, infraestrutura complexa e tecnologia, em estrutura metálica, para uso residencial em Curitiba. Tendo se constituído num grande desafio para a arquitetura, engenharia e construção. Uma obra metálica costuma ser muito exigente em compatibilizações antecipadas e de uma maneira geral é muito precisa, não aceitando imperfeições ou improvisações. No entanto, era a técnica mais adequada para o resultado pretendido, principalmente por suas proporções mais delgadas que as do concreto armado, por exemplo, transmitindo maior leveza e transparência ao conjunto. As esquadrias, de última geração, também merecem especial atenção. Toda a caixilharia é embutida nas paredes, pisos e forros, num grande esforço projetual e construtivo. Os grandes painéis estruturados pelo próprio vidro e não pela caixilharia metálica como de costume, surgem com total transparência e possibilitam a abertura de grandes vãos. Os vidros laminados e compostos em diferentes espessuras, complementados por vedações de última geração, garantem um perfeito isolamento térmico e acústico compatível com as exigências de códigos europeus.

O bloco principal da casa, em vidro e madeira, é animado pelos jogos de luz e sombra e flutua sobre duas paredes laterais revestidas em pedra moledo interna e externamente, que fazem o contraponto à leveza da caixa superior e ancoram a obra ao solo. Os beirais, migraram da sua posição habitual na cobertura dos edifícios e foram trazidos para o primeiro pavimento da casa, como uma grande e esbelta bandeja ou marquise, garantindo horizontalidade à obra, além de sombreamento e proteção contra chuva nos ambientes internos. Finalmente, o prisma do pavimento superior em vidro é envolvido por uma pele em madeira vazada, que por vezes avança e se descola dos painéis de vidro, formando terraços privativos como nos quartos dos filhos, por exemplo, numa reinvenção do muxarabi, a partir de uma trama fechada de cestaria japonesa, apresentada pelo cliente. A esta trama acrescentamos os vazios e as frestas dando acesso à atmosfera que invade todos os ambientes. Os espaços internos são também beneficiados por um incessante jogo de luz sombra que se projeta em imagens variadas ao longo do dia e das estações do ano, sobre todas as paredes, pisos e elementos do projeto.

A leveza é garantida pela técnica adotada e pelas esbeltas proporções buscadas no projeto. A iluminação natural, cuidadosamente controlada e elaborada, faz desta residência um experimento sob a luz. A noite a iluminação se inverte, transformando a casa numa grande luminária, tramando luz e madeira.

Ficha Técnica:

  • Luminotécnica: Marcos Bertoldi Arquitetos
  • Construção: Construtora Greenwood
  • Projeto Estrutural: Projen Engenheiros Associados
  • Execução Estrutural: Pirih Engenharia
  • Projeto de Elétrica e Hidráulica: Eduardo Ribeiro
  • Ar-condicionado: Focus
  • Calefação: Vmartins

Fornecedores:

  • Armários, Cozinhas, Lavanderia: Kitchens, SCA
  • Áudio e Vídeo: Euro Audio
  • Sistema do Muxarabi: Easyfix
  • Carpintaria: Piotto
  • Marcenaria: Ciliart
  • Aglomerado de Mármore Palladio Griso: Santa Margherita
  • Esquadrias: Alubauen – Schüco
  • Boxes: Gj Vidros
  • Iluminação: Alma Light
  • Impermeabilização: Alwitra
  • Louças e Metais: Deca, Docol
  • Piscina e Espelho A’água: Mara Piscinas
  • Mobiliário Solto: Etel, Montenapoleone, Auping, B&B, Italia, Jacqueline Terpins
  • Tapeçaria: Nani Chinellato
  • Mármores Banheiros: Michelangelo
  • Persianas e Blackouts: Sunfix – Hunter Douglas
  • Piso em Madeira: Oscar Ono
  • Obras de Arte: Simões de Assis, Casa da Imagem, Soma

Texto disponibilizado pelo Marcos Bertoldi Arquitetos

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