Casa da Mata

Tipologia de Projeto: Sanitários
Autor do projeto: Luiza Jung Arquitetura 360
Responsáveis pelo projeto: Luiza Jung
Ano da elaboração: 2021
Localização: São Francisco de Paula, RS – Brasil
Área construída: 115 m²
Fotografia: Gabriel Konrath

A paisagem natural é a grande protagonista nessa intervenção de 115m². O projeto surgiu da necessidade em oferecer infraestrutura para o espaço de eventos ‘Casa da Mata’, localizado na propriedade de mais de 20ha do Hotel Parador Hampel, em São Francisco de Paula – RS. O local, que fica em meio a mata nativa, é o cenário para o evento gastronômico ‘A Ferro e Fogo’, que ocorre semanalmente; e também é palco para eventos privados.

O desafio foi inserir um conjunto de sanitários que pudesse atender aos eventos e que se somasse ao hotel como um espaço de experiência, ressignificação e respeito a natureza. Para isso o desenho da arquitetura em sua implantação, formas e materiais teve como premissa a compreensão da potencialidade natural do local. O ponto de partida foi a definição de que a vegetação existente seguiria preservada e que a proposta deveria se adequar ao ambiente natural.

Enquanto ao redor de uma majestosa araucária propõe-se uma plataforma circular elevada do solo, são traçadas passarelas que adentram a mata e levam o usuário ao local de intervenção escolhido. Em um semicírculo são dispostos os volumes de madeira que comportam as unidades sanitárias. Essas, por sua vez, foram pensadas de forma individual para facilitar a distribuição de layout por entre as árvores; e tem forma trapezoidal que se alarga na face envidraçada voltada para a mata, oferecendo privacidade e visual exclusiva do interior de cada cabine. Nas extremidades do semicírculo encontram se os conjuntos de lavatórios que, em um gesto singelo, refletem o entorno verde junto a face do usuário. O local não possui cobertura construída instigando a delimitação dos espaços construído e aberto.

O projeto tem a intenção de dialogar com a natureza e se mimetizar nela através de um espaço vivo que se transforma ao longo do tempo. O andar das horas é percebido pelo jogo de luz e sombra nos volumes, bem como a passagem dos dias vai sendo evidenciada nas texturas e cores dos materiais adotados. Esse espaço é um convite para nos reconectarmos. Um convite para repensarmos a relação do ser, da natureza e da arquitetura.