Arquitetura em Stands

Antes de conhecermos as diferenças de projetar, construir e ambientar um stand, precisamos entender o que o diferencia das outras construções: ser uma arquitetura efêmera, ou transitória. Trata-se de uma área pouco divulgada e explorada por arquitetos brasileiros, e se refere a qualquer obra que tenha um período predeterminado para existir no espaço em que foi construída. Quanto menor a permanência da construção no seu lugar físico, maior a sensação de sua efemeridade. Dentro desse nicho, temos a arquitetura promocional, que envolve projetos voltados para a área comercial, que normalmente atinge um grande público em um curto período. Confira mais sobre alguns exemplos desse universo são os cenários, vitrines, exposições e stands em feiras de negócios.

De acordo com o ranking do ICCA (Associação Internacional de Congressos e Convenções), o Brasil é o país que mais sedia eventos na América Latina. Tomando como exemplo São Paulo, a capital dos negócios no país, é equipada com grandes espaços para realização de feiras, são cerca de 4,4 milhões de metros quadrados. É a cidade que mais recebe eventos no país, correspondendo a cerca de 8,8 milhões de visitantes por ano em feiras, movimentando 16 bilhões de reais.

Tendo em vista a importância de eventos realizados no Brasil, muitas empresas se deparam com a necessidade de projetos de stands, os espaços reservados para cada expositor em uma exposição ou feira. A fim de melhorar os resultados da empresa, o investimento no projeto de um stand tem como objetivo chamar a atenção do público e, assim, proporcionar uma experiência singular com a marca e seu produto.

Além de serem transitórios, os stands possuem outras peculiaridades: a necessidade de montagem em curto prazo. Isso acontece porque o espaço é disponibilizado apenas alguns dias antes do evento ocorrer, período em que é necessário que seja executada a obra completa, da construção à ambientação final.

Em meio a esse contexto de velocidade “in and out” é preciso encontrar as técnicas construtivas adequadas, que permitam rápida aplicação e instalação. Tendo em vista também o curto “prazo de validade” da edificação, os materiais não precisam ser tão duráveis, aliando ao baixo custo nessas situações. Além disso, elementos modulares, que possam ser remanejados e utilizados em outras feiras ou exposições, também são elementos interessantes a serem considerados.

Um exemplo de técnica construtiva bastante utilizada nesse segmento é o box truss. Trata-se de uma estrutura metálica treliçada, pré-fabricada em alumínio ou aço carbono. Além de ser uma estrutura leve, o box truss permite fácil manuseio e agilidade na montagem, na desmontagem e no transporte. Quanto maior a área do box truss, maior a carga que ele suportará, porém maior será seu custo também.

Quanto aos materiais utilizados nos stands, e não tão conhecidos na arquitetura convencional, está a napa (ou bagum). A Napa é um tecido, ou uma lona, que apresenta diversos aspectos de acabamento: além de cores sólidas, possui estampas com texturas de madeira ou couro, em várias tonalidades. Sua principal vantagem, além do baixo custo, é a possibilidade de aplicação em qualquer superfície, regularizada ou não. O tecido também pode ser esticado em frente a uma estrutura de madeira e grampeado por trás, não havendo necessidade de uma superfície contínua, o que reduz ainda mais o custo.

Por estar inserido em um espaço preexistente, o stand exige soluções de execução que não danifiquem ou alterem o pavilhão (mesmo que temporariamente). Isso implica na necessidade um planejamento bem estruturado antes do início da construção, visando, por exemplo, a criação prévia de pontos de energia e iluminação nos stands, além estratégias adequadas de logística de obra. É essencial que sua montagem consista em uma obra seca, e que a desmontagem e limpeza possam ser executadas em apenas algumas horas. Tudo isso atrelado ao orçamento disponível para a obra: dependendo da solução estética pode variar consideravelmente o valor, como é o caso de atirantar estruturas, isto é, suspendê-las através de tirantes.

Considerando a caraterística passageira do stand, dado o curto período em que fica construído, é de grande importância o uso de estratégias de projeto que levam em consideração conteúdo, ideia e forma, a fim de gerar uma experiência estética com o máximo de percepção e memória ao visitante. É importante que o expositor e seus produtos sejam compreendidos durante a feira e lembrados após a mesma.

Estamos falando de uma visão técnica, artística e também comercial. O trabalho da arquitetura de stands envolve antes uma pesquisa dos produtos ou serviços da marca, além de estudo de cores, materiais e elementos para identificar a melhor maneira de expressar a mensagem da empresa dentro do espaço disponível.

Tendo em vista as peculiaridades do projeto e os métodos conceituais que envolvem a efemeridade de uma arquitetura de qualidade para stands, o acompanhamento de profissionais adequados se faz substancial para intensificar a experiência do visitante e converter o investimento do expositor em vendas.

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