Originalmente conhecida como a Case Study House No. 8, a Casa Eames era uma residência moderna tão agradável espacialmente que se tornou a casa dos próprios arquitetos. Charles e Ray Eames começaram a projetar a casa em 1945 para o Programa Case Study Houses, da Revista Arts and Architecture de Los Angeles, em que foram publicadas e construídas residências de estudo de caso que focassem na utilização de novos materiais e tecnologias desenvolvidas durante a Segunda Guerra Mundial. A intenção era que a casa fosse feita de materiais pré-fabricados que não interrompessem o terreno, fossem fáceis de construir e exibissem um estilo moderno. Confira mais sobre a Casa Eames.
A casa implanta-se em um lote de três hectares no topo de um penhasco de 150 metros com vista para o Oceano Pacífico. O local de implantação da obra é um platô no terreno íngreme, criado por um muro de contenção de concreto a oeste. Isso permite a construção de dois volumes com um pátio interligando-os.
As duas caixas servem a duas funções diferentes. Uma delas é para a própria residência e a outro é um estúdio. Os dois volumes fornecem espaços de pé-direito duplo nos cantos e nas extremidades externas de ambos os programas. Isso permite uma composição que quebra o espaço ritmicamente, e pode ser lido no exterior da casa com o pátio exterior servindo como um vazio de pé-direito duplo entre as duas caixas.
Imagem: Stephanie Braconnier / Archdaily
Juntamente com o muro de contenção em concreto, um quadro simples de aço foi usado para a estrutura da casa. A armação de aço usava colunas em perfil H de 4 polegadas para as paredes e de 12 polegadas para as vigas que suportavam a cobertura. A estrutura de aço foi preenchida com diferentes painéis coloridos foscos e translúcidos dispostos para criar uma luz dinâmica no interior durante o decorrer do dia.
A importância atribuída à luz no projeto, com o exterior disposto desta forma particular, pode remeter a uma influência japonesa. Esta atenção ao detalhe, no entanto, não impediu que ela exibisse a ideia original da prefabricação. A casa foi construída, em grande parte, a partir de componentes padronizadas, como as janelas que medem uma largura padrão americana de 3 pés e 4 polegadas, o que corresponde a pouco mais de 1 metro.
Imagem: Gunnar Klack / Archdaily
Imagem: Gunnar Klack / Archdaily
Em contraste com a estrutura fria de aço que, o interior da casa é quente e reconfortante com o seu piso de madeira e a luz suave penetrando em cada espaço no decorrer dos dias. Escadas de madeira flutuam conectando os níveis inferiores e superiores. O uso de materiais naturais no interior aproxima a residência da natureza, dando a aparência de uma casa que repousa suavemente sobre o terreno. Uma fileira de eucaliptos também foi plantada na frente, fornecendo sombra e mesclando a residência com o entorno.
Imagem: Paul Getty / Archdaily
Imagem: Paul Getty / Archdaily
A Casa Eames é uma bela continuação do espaço. Os espaços são libertadores, fluindo de um ao outro mesmo entre os pavimentos, através de espaços de pé-direito duplo. Os espaços privados e públicos não são estritamente divididos. Por exemplo, o dormitório no nível superior tem vista para a sala de estar pública com um pequeno terraço que liga os dormitórios. Não há grandes divisões além da separação das duas caixas, que ainda se fundem uma com a outra com o pátio. A casa é uma tela de Mondrian que exemplifica o uso de materiais pré-fabricados para criar belo espaço infinito.
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